A língua geográfica, também chamada de glossite migratória benigna, erupção errante da língua, eritema migrans e glossite areata esfoliativa, é uma condição que, apesar da semelhança, não é um indicativo de infecção e tampouco está relacionada com câncer de boca. A doença compromete principalmente o dorso da língua e apresenta lesões que mudam de tamanho e formato rapidamente.

A língua geográfica provoca na língua manchas vermelhas lisas e circundadas por uma borda esbranquiçada. Essas manchas ocorrem em razão do desaparecimento das papilas gustativas do tipo filiforme em regiões diversas da língua. Vale destacar, no entanto, que as papilas do tipo fungiformes ainda são mantidas. As áreas avermelhadas sem papilas filiformes cicatrizam-se rapidamente, aparecendo posteriormente em outro local. Em virtude dessa característica, trata-se de um problema migratório.

A doença ocorre principalmente em crianças e normalmente desaparece quando o indivíduo completa sete ou oito anos de idade. Merece destaque o fato de que a doença está presente em maior quantidade em crianças que possuem problemas emocionais. Diante disso, considera-se que provavelmente o aparecimento de língua geográfica apresenta relação com o estresse, além de ser desencadeada por alergias, mudanças hormonais, deficiências nutricionais, fatores genéticos, entre outros.

Apesar da língua geográfica não causar dor na maioria dos casos, a ingestão de alimentos cítricos, picantes e quentes pode desencadear um leve desconforto. Algumas pessoas relatam ainda que sentem queimações no local, sensação de corpo estranho e dores no ouvido.

Geralmente as lesões da língua geográfica persistem por algumas semanas e até meses sem causar nenhum dano ao paciente. A doença normalmente é curada sem ser necessária a realização de nenhum tratamento. Vale destacar também que nenhuma terapia mostrou-se eficaz para acabar com esse problema, sendo utilizadas medidas que apenas aliviam os sintomas. No caso de ardência ao ingerir alimentos, por exemplo, recomenda-se a utilização de analgésicos e dieta livre de alimentos ácidos e condimentados.

O diagnóstico da língua geográfica é feito por intermédio, principalmente, da análise dos sintomas. A análise histológica das lesões também é realizada e ajuda a confirmar a condição benigna da doença e a descartar qualquer possibilidade de lesões de caráter maligno.

Mesmo sendo uma doença benigna, é fundamental que, ao perceber os sintomas, o paciente seja encaminhado ao consultório odontológico. Isso porque é necessária a realização de análises por um especialista a fim de descartar outras doenças que podem ser graves. O diagnóstico precoce é a chave para a cura de várias enfermidades.

Fonte Mundo em educação por Vanessa Sardinha dos Santos

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